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Esporte Educacional e as “Martas” escondidas pelas salas de aula do Brasil

A Copa do Mundo Feminina 2023 começou e vai até 20 de agosto. Sediada na Austrália e na Nova Zelândia, esta é a nona edição da competição e traz consigo a maior expectativa de audiência da história tanto nos estádios, quanto nas transmissões.

Falar em futebol no Brasil é movimentar ânimos e paixões a tradição do esporte, ainda que muito mais fortalecida nas competições masculinas, vem dando espaço ao talento das mulheres. Não por pouco. A maior artilheira da história das Copas do Mundo e seis vezes eleita a melhor do mundo é nossa: Marta. Com a camisa 10, balançou a rede 17 vezes em cinco edições da Copa. Ao todo, foram 20 jogos e lances memoráveis, como o gol da semifinal contra os Estados Unidos no mundial de 2007, eleito pela Fifa o gol mais bonito de Marta pela seleção brasileira.

Mas como uma competição que acontece do outro lado do mundo pode ajudar na formação e no desenvolvimento de meninas e jovens aqui no Brasil?

Ver nossas atletas, e atletas do mundo todo em campo, certamente desperta a atenção de muitas meninas e adolescentes, o que cria uma enorme oportunidade para as escolas trabalharem a equidade de gênero com os alunos e estimular a prática esportiva entre todos. Pensando nisso, o Impulsiona, uma de nossas iniciativas, que visa fortalecer o esporte educacional para aumentar a diversidade de atividades físicas nas escolas e desenvolver habilidades socioemocionais dos alunos a partir do esporte, desenvolveu o “Copa do Mundo Feminina na sua Escola”. O projeto ajuda professores a trabalharem a competição e a aumentar a participação das meninas nas aulas.

A ação já impactou alunas da rede pública do Rio de Janeiro, durante encontro promovido pelo Impulsiona e jogadoras do Flamengo. Na ocasião, Karol Alves, goleira do time, lembrou de como eram as aulas de Educação Física, de que nunca era escolhida para jogar com os meninos, e ainda assim, sempre se esforçava para mostrar do que era capaz.

O encontrou também marcou positivamente as meninas. “Momentos como esse de hoje nos dão muito incentivo para o futuro. De hoje eu levo as palavras positivas e a energia das jogadoras para que, ao chegar em casa, eu possa pensar bem, colocar minha cabeça no lugar, correr atrás do meu sonho e, quem sabe, um dia estar jogando com elas”, acrescenta Mylena, uma das alunas que estiveram no Flamengo.

Expectativa X Realidade

Embora seja consenso de que a prática esportiva seja importante em todas as etapas do ciclo escolar, na prática, não é assim que acontece. Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que 85% das meninas entre 11 e 17 anos no Brasil são sedentárias. E, nas escolas, são inúmeros os desafios para que nossos estudantes tenham acesso às aulas de Educação Física de qualidade. Falta estrutura, professores com formação adequada para ministrar as aulas, entre outros.

Ainda assim, para muitas crianças e adolescentes brasileiros, o único lugar que pode oferecer oportunidades estruturadas de atividades físicas é a escola. É por este motivo que a Educação Física integra o currículo da Educação Básica de todos os países do mundo, sendo uma disciplina obrigatória em 94% deles, segundo a UNESCO. Ou seja, existe uma oportunidade preciosa em nossas mãos: tornar a Educação Física uma aliada da aprendizagem e do fortalecimento da motivação dos estudantes.

São inúmeros os benefícios da prática esportiva, dentro e fora das escolas. Cabe, porém, ao Estado e sociedade civil, investirem e apoiarem um projeto de escola que fortaleça não somente a saúde do corpo desses meninos e meninas, mas também seus sonhos. Quantas “Martas” não estão esperando por uma chance no banco de reservas?

Conheça mais sobre o Impulsiona.

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