Pesquisas

Qualidade do professor impacta 60% o aprendizado dos alunos, revela estudo inédito do Instituto Península

Levantamento feito em parceria com Movimento Profissão Docente e FGV reforça a importância do investimento em professores

O estudo Qualidade do Professor Brasileiro, pesquisa inédita do Instituto Península realizada em parceria com o Movimento Profissão Docente e com o Centro de Estudos em Administração Pública e Governo (CEAG) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que a qualidade do professor é o fator que mais impacta os resultados educacionais do Brasil, sendo responsável por 57,76% do aprendizado dos alunos do ensino fundamental nas redes municipais e 36% no ensino médio estadual. O levantamento destaca que investir na formação e na atração de bons profissionais para a carreira é o principal caminho para a melhoria da Educação no país.

A análise revela que os professores impactam mais significativamente o desempenho educacional do que outros fatores, incluindo a infraestrutura das escolas, o número de alunos por turma, o nível de escolaridade dos responsáveis, entre outros. Considerando esses elementos adicionais, o estudo explica o impacto de 65,7% no aprendizado do ensino fundamental e de 47% no ensino médio, concluindo que o peso da qualidade docente para a compreensão do aprendizado dos estudantes é considerável.

Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península, ressalta que já é sabido que os professores são o fator intraescolar que impacta a aprendizagem dos estudantes e que os dados do estudo Qualidade do Professor Brasileiro reforçam ainda mais essa relação. “Não há o que possa ser feito para resolver a crise de aprendizagem no Brasil que não passe pelos professores. É essencial aprimorarmos políticas públicas que garantam uma formação inicial de qualidade nas licenciaturas, bem como melhorar as condições de trabalho dos professores em todo o país e seu desenvolvimento ao longo da carreira, o que inclui políticas voltadas ao aumento da atratividade da profissão”, explica.

“Um professor bem-preparado lida melhor com as adversidades em sala de aula e em todo o contexto da Educação e, por isso, é tão importante o envolvimento dos principais agentes educacionais no aprimoramento das políticas que perpassam esta carreira. Além disso, é indispensável um olhar atento para outros fatores que vão além da profissão, como as realidades sociais e econômicas de cada região, que impactam diferentemente cada sala de aula”, completa Heloisa.

O estudo foi realizado pelos professores Fernando Luiz Abrucio e Gustavo Andrey Fernandes, da FGV, contemplando também suas pesquisas e obras acadêmicas. Para chegar aos resultados, cruzou dados do Censo Escolar, da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Censo do Ensino Superior, e levou em consideração cinco eixos: vocação, engajamento e identidade; qualidade da formação acadêmica inicial dos professores; qualidade da formação pedagógica e das competências docentes; condições de profissionalização e resultados de eficácia, efetividade e equidade, que fossem aderentes à literatura atual sobre carreira e qualidade docente.

Para compreender melhor o impacto dos professores nos resultados de aprendizagem, os dados foram padronizados e sintetizados em um índice, o que permitiu o cruzamento de informações sobre qualidade docente e resultados de desempenho dos alunos dos ensinos fundamental e médio de todo o país.

Clique aqui para acessar a pesquisa na íntegra.

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